Denomina-se Independência do Brasil o processo que culminou com a emancipação política do território brasileiro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822), no início do século XIX, e a instituição do Império do Brasil (1822-1889), no mesmo ano.
Oficialmente, a data comemorada é a de 7 de setembro de 1822, em que ocorreu o chamado "Grito do Ipiranga". De acordo com a historiografia clássica do país, nesta data, às margens do riacho Ipiranga (atual cidade de São Paulo), o Príncipe Regente do Brasil, então D. Pedro de Alcântara de Bragança (futuro imperador Dom Pedro I do Brasil), teria bradado perante a sua comitiva: "Independência ou Morte!". Determinados aspectos dessa versão, no entanto, são contestados por alguns historiadores em nossos dias.
A moderna historiografia em história do Brasil remete o início do processo de independência à transferência da corte portuguesa para o Brasil, no contexto da Guerra Peninsular, a partir de 1808.
Independência ou Morte!, do pintor paraibano Pedro Américo (óleo sobre tela, 1888). |
Causas da Independência do Brasil
No final do século XVIII e início
do XIX, aumentaram no Brasil as pressões e descontentamento contra o monopólio
comercial imposto por Portugal ao Brasil. As elites agrária e comercial
brasileira desejavam liberdade econômica para poder ampliar o comércio de seus
produtos. Esta liberdade só seria obtida com a independência do país.
Desde a Inconfidência Mineira
(1789) e outros movimentos sociais contrários ao domínio português sobre o
Brasil, era muito grande a insatisfação com relação à cobrança de altas taxas e
impostos exigidos pela metrópole (Portugal). Portanto, a independência era
vista como uma forma de libertação destes impostos abusivos.
Influência de movimentos externos
liberais e, portanto, contrários ao colonialismo. Entres estes movimentos
políticos e sociais, podemos citar a Independência dos Estados Unidos (1776) e
a Revolução Francesa (1789). Estes ideais chegaram ao Brasil, aumentando as
pressões política contra o domínio português sobre o Brasil.
Após a Revolução Liberal do
Porto, a corte portuguesa exigiu o retorno de D. João VI para Portugal. Dom
Pedro ficou no Brasil como príncipe regente. Percebendo o aumento do movimento
político no Brasil pela conquista da liberdade, a corte portuguesa passou a
pressionar Dom Pedro para que ele também fosse para Portugal. Esta situação foi
encarada no Brasil como uma tentativa de Portugal recolonizar o Brasil, gerando
mais insatisfação e aumentando os anseios pela conquista da liberdade.
Não se pode deixar de citar
também o projeto político de Dom Pedro em se tornar imperador do Brasil após a
conquista da independência.
Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro
I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal.
Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o
Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu
negativamente aos chamados de Portugal e proclamou: "Se é para o
bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico"
O processo
de independência
Após o Dia
do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois
preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma
Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de
Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal
seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua
aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar
pela independência.
O príncipe
fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da
sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimentos, pois
acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social.
Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a
Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Independência do Brasi: óleo sobre tela por François-René Moreaux (Museu Imperial de Petrópolis). Foi executado em 1844, a pedido do Senado Imperial. |
Pedro I do Brasil retratado por Simplício Rodrigues de Sá. |
Pós Independência
Os primeiros países que
reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México.
Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para
reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro
recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande
valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais
pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A
estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a
distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D.
Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
Fonte: suapesquisa.com e pt.wikipedia.org
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